Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


A Tyrrell, de 1971 a 1980

por Tiago Crispim, em 13.01.11

A história da equipa Tyrrell começa em 1971. Mas antes disso há um prólogo.

 

Ken Tyrrell foi piloto de aviões na Segunda Guerra Mundial e tornou-se piloto de automóveis depois de 1945 (chegou à F2). A sua carreira ao volante durou até 1959,a altura em que montou uma equipa de Fórmula Júnior, que começou a correr no campeonato de 1960.

Um dos seus pilotos era o escocês Jackie Stewart, a quem Tyrrell prometeu que contratava, se algum dia chegasse à F1.

 

 

Um pequeno parêntesis aqui, só para explicar que a Fórmula Júnior. Era uma categoria de ascensão que terminou em 1963. A ideia original era ter pilotos em monolugares de custo reduzido, para os jovens darem os primeiros passos neste tipo de carros. Mas os custos começaram a subir, e a F2 e a F3, que tinham desaparecido entretanto, voltaram e a FJr evoluiu para a Formula Ford e a Formula Vee. Fim de parêntesis.

 

Graças ao sucesso na FJr, em 1968 Tyrrell aliou-se à Matra e Stewart foi contratado como piloto da marca. Nesse ano foi vice-campeão da categoria e no ano seguinte, o escocês venceu o seu primeiro título mundial, feito que repetiria mais duas vezes. Mas isso foi depois de Ken Tyrrell se separar da Matra devido a uma quebra de contrato.

 

 

O Tyrrell 001 foi, como o nome indica, o primeiro carro construído por Tyrrell, que correu nas últimas três corridas do campeonato de 1960. Com ele Stewart alcançou uma pole position no GP do Canadá, mas não terminou nenhuma dessas provas.

 

 

Em 1971, com Jackie Stewart ao volante de um Tyrrell 003 e François Cevért num Tyrrell 002, a equipa dos carros azuis dominou o campeonato. A equipa foi campeã de construtores, Stewart campeão de pilotos e Cevért terceiro na geral.

 

 

No ano seguinte Stewart foi segundo nos pilotos, Cevért sexto e a Tyrrell vice-campeã de construtores.

 

Mas 1973 foi um ano trágico para a Tyrrell. Apesar de Jackie Stewart vencer o seu terceiro título, nos treinos para a última prova da temporada em Watkins Glen, François Cevért perdeu o controlo do carro à saída dos esses.

 

Cevért sabia que Jackie Stewart planeava retirar-se depois do seu 100º GP, que seria exactamente em Watkins Glen. O francês tornar-se-ia o primeiro piloto da Tyrrell. Mas Cevért perdeu o controlo do carro, bateu com a traseira no rail do lado direito, fez ricochete, bateu no rail do lado esquerdo, o carro virou-se ao contrário por cima do rail e parou, cem metros à frente.

 

 

Stewart não chegou a correr em Watkins Glen. Retirou-se da competição, tal como a Tyrrell, em sinal de luto pelo piloto que, por falta de segurança na pista, teve morte imediata. Para 1974 Ken Tyrrell teve de contratar dois novos pilotos.

 

Escolheu o sul-africano Jody Scheckter e o francês Patrick Depallier. A equipa terminou em terceiro lugar e nunca mais venceria um campeonato de construtores nem de pilotos.

 

Em 75 foi a quinta equipa, em 76 foi a terceira. Em 1977 Scheckter saiu da equipa, em direcção à Wolf (venceu um campeonato em 79, pela Ferrari) e entrou o “sueco voador” Ronnie Peterson. Para azar do sueco, o P34 de seis rodas, estreado no ano anterior mostrou-se ultrapassado e pouco competitivo. A Tyrrell desistiu de mais corridas do que as que terminou.

 

 

O carro de design inovador foi criado por Derek Gardner (que faleceu em Janeiro deste ano) para reduzir o “drag” aerodinâmico. Desta forma a passagem do ar pelo carro era mais suave. Mas apesar de não ter sido um fracasso completo, não se mostrou tão competitivo como se esperava. A asa dianteira do carro era demasiado redonda e as rodas traseiras, maiores do que as da frente (do tamanho das que usavam as outras equipas) criavam o tal “drag” o que anulava o efeito criado na dianteira do carro. O P34 tinha outros problemas. A Goodyear, que fornecia os pneus às equipas, tinha de fabricar uns especiais para o modelo, o que atrasava a entrega. Além disso, as quatro rodas dianteiras viravam, o que era algo complexo em termos de direcção e suspensão, para acerto e manutenção.

 

Peterson saiu da equipa para a Lotus em 1978, para aquela que seria a sua última temporada e Ken Tyrrell contratou Didier Pironi, outro futuro campeão pela Ferrari, o que revela o bom olho de Tyrrell para avaliar pilotos. Ainda assim a Tyrrell, que abandonou o P34 e regressou às quatro rodas, não foi além de um quarto lugar no campeonato de construtores.

 

 

Em 1979 Patrick Depallier trocou a Tyrrell pela Ligier. A equipa contratou Jean-Pierre Jarier à ATS e fechou a temporada no quinto lugar de construtores. No virar da década, em 1980 o declínio da Tyrrell continuou. Pela primeira vez desde o seu início, em 1971, a equipa terminou o ano sem um pódio sequer. Os pilotos nesse ano eram Jarier e o inglês Derek Daly.

 

Amanhã, a segunda parte da história da Tyrrell, de 1980 a 1997.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:57


Onde é que veio parar?

O Volta Mais Rápida é um blog sobre F1. O autor é um curioso, apaixonado pela Fórmula Um desde que se lembra, embora a sua carreira ao volante se fique pelos karts e pela Playstation. Trabalhou em alguns meios de comunicação como jornalista e hoje é técnico de rádio na Universidade Autónoma de Lisboa. Neste espaço quer dar a conhecer melhor o universo deste desporto e talvez despertar a atenção e a curiosidade de alguns interessados.



Contactos


Pesquisar

  Pesquisar no Blog


Arquivo

  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2012
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2011
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2010
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D

subscrever feeds