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Análise GP do Bahrein

por Tiago Crispim, em 22.04.12

Como esta semana não pude ver o GP do Bahrein em direto, não contem com o habitual resumo por ordem cronológica. Aproveito assim para fazer já uma análise pós-corrida.

 

Antes de mais expresso a minha opinião sobre este evento. O GP do Bahrein deveria ter sido cancelado devido à situação no país. Um desporto mundial como a F1 não pode dar-se ao luxo de fechar os olhos e pensar nos cifrões. Há (ou deveria haver), uma responsabilidade social por parte das equipas e da FOM (Formula One Management). Não basta realizar eventos de relações públicas e penso que os fãs perceberiam se uma ou mais equipas não quisessem correr. Já aconteceu antes por motivos mais insignificantes, face ao que vemos no Bahrein. Dito isto, vamos à corrida, porque, já se sabe, é o que aqui nos traz, independentemente de concordarmos com os bolsos cheios (leia-se "a posição da FIA e da FOM"), de Ecclestone, Todt e os donos das equipas.

 

Se na China os motores Mercedes tinham levado a melhor, com a vitória de Rosberg, seguido de Button e Hamilton, desta vez, nas bancadas vazias de Shakir, foi a Renault que levou a taça. Sebastian Vettel foi o primeiro, seguido de Kimi Raikkonen e Romain Grosjean.

 

Vettel partiu da pole position e manteve o lugar sem problemas, apesar de constantemente pressionado por Raikkonen, que saiu de 11º e podia mesmo ter terminado em primeiro, se Vettel não defendesse a posição. O finlandês regressou ao pódio logo na quarta corrida do ano e prova que, depois das boas indicações de ritmo na Austrália, a Lotus está a lutar pelos lugares cimeiros neste campeonato, pelo menos enquanto não há grandes atualizações nos competidores. Romain Grosjean, no outro Lotus, conseguiu finalmente mostrar o que vale. O francês cortou a meta pela segunda vez este ano, e já tem um pódio. O "Twitter" oficial da Lotus escrevia na altura da conferência de imprensa que o esgar de Grosjean se podia ver do espaço.

 

Romain Grosjean na conferência de imprensa

 

O "truque" da Lotus foi sobretudo a consistência no ritmo. Tal como a Red Bull. Grosjean ultrapassou Lewis Hamilton na sétima volta, depois de já ter passado por Mark Webber, que partira do terceiro lugar no seu Red Bull. Já Raikkonen subiu de 11º para sétimo, mas andou depois enrolado com Nico Rosberg e Felipe Massa. O brasileiro apareceu pela primeira vez este ano a fazer algo de jeito, ao ultrapassar o finlandês. Isso durou até à primeira ronda de paragens para trocas de pneu. Lewis Hamilton teve um problema na roda traseira esquerda e ficou mais longe dos primeiros, depois de ter saído do segundo lugar na grelha. Na altura das paragens foi Paul Di Resta, num Force India, que liderou durante breves instantes, o pelotão.

 

A segunda paragem nas boxes foi a altura essencial para Vettel se distanciar de Raikkonen e assegurar o primeiro lugar. Grosjean nunca foi verdadeiramente ameaçado por Mark Webber, que terminou em quarto, sem conseguir tirar os mesmos tempos que Vettel, no seu Red Bull.

 

Em quinto ficou Nico Rosberg, depois da vitória na corrida anterior. O alemão foi investigado após a corrida por ter mandado Lewis Hamilton e Fernando Alonso, em ocasiões diferentes, para fora da pista, em defesas de posição, mas não vai ser punido. O seu companheiro de equipa, Michael Schumacher, terminou em décimo e já está a pensar nos melhoramentos que o carro vai levar, agora nesta pequena pausa até a F1 voltar à Europa.

 

Em sexto ficou Paul Di Resta, com uma excelente corrida em apenas duas paragens. O escocês revelou que só graças ao KERS se conseguiu manter afastado no final da corrida, com a aproximação de Alonso e a degradação dos pneus. O espanhol da Ferrari debateu-se mais uma vez com a falta de ritmo do seu carro e a Ferrari sabe que tem de melhorar muitos aspetos do seu F2012 se quer lutar pelo campeonato. Felipe Massa, no outro Ferrari, fez a sua melhor corrida do ano, ao terminar em nono. Pela primeira vez em 2012, ambos os Ferrari terminaram nos pontos, o que diz bastante sobre a falta de ritmo da scuderia.

 

 

Button algures antes do furo que acabou por ditar o seu abandono

 

O oitavo foi Lewis Hamilton, que tinha partido de segundo. A corrida dos McLaren foi desapontante, depois dos seus pilotos partirem de segundo e sexto na grelha. Hamilton fez três paragens e em duas delas teve problemas na roda traseira esquerda, que atrasaram as paragens na boxe. Jenson Button também teve azar. furou um pneu, teve uma falha no escape e outra no diferencial, que ditaram o seu abandono na na penúltima volta e ficou classificado em 18º.

 

Já fora dos pontos, em 11º, ficou o mexicano da Sauber, Sérgio Pérez. Nem ele nem o seu companheiro de equipa, Kamui Kobayashi, que terminou em 13º, conseguiram manter o ritmo face à competição. Pérez culpou um atraso na mundança de pneus e Kobayashi culpou o mau arranque. No meio dos dois Sauber ficou o Force India de Nico Hulkenberg, que perdeu imensas posições no início e teve de recuperar durante a corrida. Os dois Toro Rosso ficaram em 14º e 15º, para Jean-Eric Vergne e Daniel Ricciardo, respetivamente. O australiano largou de sexto mas perdeu de posições em apenas uma volta. Declarou no final que foi "uma corrida para esquecer."

 

Logo atrás ficaram os dois Caterham, com Vitaly Petrov melhor que Heikki Kovalainen. O finlandês tocou num carro e furou um pneu logo no início da prova, mas ainda assim a equipa de Tony Fernandes mostra estar muito melhor que as outras estreantes. Timo Glock cortou a meta em 19º atrás de Button, que já tinha desistido. Foi o único Marussia a terminar a corrida, depois de Charles Pic ter desistido com um problema no sistema que controla a entrada de ar no motor. Os últimos foram os dois HRT, Pedro De La Rosa e Narain Karthikeyan. De La Rosa sabe que a equipa tem de ganhar mais tempo para desafiar os rivais, e Karthikeyan, com quatro paragens, estava satisfeito com o seu ritmo.

 

 

Bruno Senna em ação no GP do Bahrein 

 

Mas falta uma equipa, que este ano se estava a portar bem. A Williams. Nenhum dos seus carros cruzou a meta. Pastor Maldonado abandonou na volta 25 com um problema na traseira do carro que levou o venezuelano a entrar em pião, e a desistir, depois de ter estado em 11º. Bruno Senna abandonou na volrta 55 e ainda se qualificou em 22º. O brasileiro teve um problema crescente na direção, que levou a equipa a chamá-lo às boxes e retirar o carro da corrida.

 

Vettel torna-se por agora o líder do campeonato apesar de ter uma única vitória este ano. O alemão tem 53 pontos, seguido de Hamilton com 49, Webber com 48 e Button e Alonso com 43. Na tabela de construtores a Red Bull tem 101 pontos, a McLaren 92, a Lotus sobe para terceiro com 57, ultrapassando a Ferrari com 45 e a Mercedes com 37. A fechar os seis primeiros está a Sauver, com 31 pontos.

 

Fotos: Lotus F1 Team; Lorenzo Bellanca/LAT ; twitter

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publicado às 19:51


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O Volta Mais Rápida é um blog sobre F1. O autor é um curioso, apaixonado pela Fórmula Um desde que se lembra, embora a sua carreira ao volante se fique pelos karts e pela Playstation. Trabalhou em alguns meios de comunicação como jornalista e hoje é técnico de rádio na Universidade Autónoma de Lisboa. Neste espaço quer dar a conhecer melhor o universo deste desporto e talvez despertar a atenção e a curiosidade de alguns interessados.



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